O título deste post é o título do artigo de Grazielli Padilha Vieira e Ana Cristina Garcia Dias, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, publicado em 2021.

A Psicometria é um grande campo da Psicologia. Através dos conhecimentos da Estatística e dos constructos psicológicos como inteligência e traços de personalidade (para citar apenas alguns exemplos), são criados os testes psicológicos,Alguns testes famosos: Palográfico, HTP (Casa, árvore, pessoa) e de Rorscharch (manchas de tinta) úteis em todas áreas de atuação do psicólogo, desde a clínica até a psicologia escolar e forense. Esses testes são de uso exclusivo do psicólogo, não podendo ser adquirido ou aplicado por outros profissionais.

Os autores nos apresentam como o conceito sentido de vida, original da Logoterapia e Análise Existencial é interpretado por diferentes abordagens psicológicas e a tentativa destas de transformá-lo em um constructo psicológico a fim de serem criados questionários e testes capazes de medi-lo.

São citados quatro modelos com diferentes entendimentos do sentido de vida e de sua relação com outras variáveis:

  • Meaning Making Model (construção de sentido da vida, de 2010)
  • Meaning Maintenance Model (manutenção do sentido de vida, de 2006)
  • Terror Management Theory (teoria de gerenciamento do terror, de 1986)
  • Modelo Tripartite de Sentido, de 2012

Entretanto, a despeito da bela análise dos autores sobre cada um desses modelos, o que mais despertou meu interesse foi a discussão sobre as dificuldades de pesquisa psicométrica em torno do conceito de sentido de vida.

Acredito que os modelos unidimensionais não são capazes de medir o sentido de vida, considerando-o a partir de sua concepção teórica original, já que Frankl descreve três categorias de valores para a realização de sentido de vida: Valores Vivenciais, Valores Criativos e Valores de Atitude. Sendo assim, acredito que o sentido de vida seria melhor compreendido a partir de um modelo multidimensional, semelhante ao Modelo Tripartite de Sentido.

No entanto, mesmo com um modelo extremamente próximo ao conceito original de sentido de vida, a crítica exposta no artigo dos autores existencialistas é bastante válida e não deveria ser ignorada: O conceito de sentido de vida nunca poderá ser inteiramente compreendido/medido através de variáveis.

Eu tendo a concordar com esta última crítica, pois como a própria ontologia dimensional esclarece, o sentido compreende toda uma dimensão, a dimensão noológicaDimensão noética ou ainda dimensão do sentido. Uma dimensão essencialmente humana. Uma dimensão que atravessa todos os aspectos da vida., assim como o psiquismo e o corpo constituem outras duas dimensões. Dessa forma, qualquer modelo psicométrico estaria limitado à apreender apenas algumas projeções do sentido de vida.


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