Tudo começa com uma escolha. Há sempre uma escolha, inclusive a de não escolher ou de escolher achar que ela não existe. O que me faz lembrar do filme Matrix.Um dos filmes cyberpunk mais aclamados de todos os tempos, lançado em 1999 com direção e roteiro das irmãs Wachowski Neo é obrigado a escolher entre uma pílula vermelha e outra azul, oferecida por outro personagem do filme, Morpheus.
A pílula vermelha conteria nada além da verdade e Neo poderia obter as respostas que estava procurando através de um longo e doloroso caminho. Por outro lado, escolher a pílula azul representaria renunciar a essa busca e contentar-se com uma vida de prazeres e preocupações superficiais, desprovida de sentido.
A dramatização da escolha nos revela que não querer escolher já é sempre uma escolha, a pílula azul simboliza a ilusão de ver-se livre das responsabilidades e permanecer em um mundo de sonhos, fatalismos e reducionismos. Somos todos muito mais livres do que acreditamos ser, mas é realmente difícil de aceitar. É doloroso e incessante. É muito mais fácil não pensar. É muito mais fácil se convencer de que não temos o tempo todo sérias escolhas a se fazer, respostas a dar e decisões a se tomar. No fim das contas, somos responsáveis por nossa liberdade, principalmente quando dela abrimos mão.
You take the blue pill, the story ends, you wake up in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill, you stay in Wonderland, and I show you how deep the rabbit hole goes.
Morpheus
(Tome a pílula azul, a história acaba e você acordará na sua cama, acreditando naquilo que quiser acreditar. Tome a pílula vermelha, você fica no País das Maravilhas e eu te mostrarei até onde vai a toca do coelho).
1 Comment
Jenifer · 24 de outubro de 2021 at 03:43
É confortante saber que sempre teremos uma escolha por mais difícil que seja, podemos alterar muitas coisas em nós e ter uma vida mais significativa e prazerosa, com pequenos detalhes e a cada dia.