Não tem nada a ver com bitcoin. Bitinice é para mim um novo termo que lamento só ter descoberto agora. Cunhado pelo meu saudoso professor Biti de literatura. Como eu sei disso? Pois é, bateu uma bitinice (ou bitiness para os que desejam uma tradução no inglês), que para mim significa e expressa a gratidão e a saudade que sentimos ao lembrar de um professor que verdadeiramente ama o que faz, valoriza, inspira e faz florescer o que há de melhor em nós, seus alunos. Decidi então matar um pouco a saudade, fuçar na internet e encontrar alguns de seus vídeos filmados pelo cursinho dez anos atrás. Acabei encontrando uma verdadeira mina de ouro da literatura, seu Canal Bitinices. Aí então que a bitinice bateu de vez e comecei a me lembrar de suas aulas encantadoras, ainda que fosse a última aula de uma plena sexta-feira a noite. Costumava sentar-me nas últimas fileiras do cursinho pré-vestibular noturno na cidade de Londrina em 2014, estava em um momento confuso de minha vida, cursando o último ano de psicologia na UEL e estudando para Química na Unicamp (entrei e decidi parar 3 semestres depois), e suas aulas, o seu carisma e o seu amor pela Literatura eram um oásis de vida e sentido que fizeram reviver em mim o gosto pela poesia. Seu desafio na sala de aula valendo um Lindt foi a fagulha que despertou em mim o desejo de voltar a escrever. Para minha surpresa, minha poesia foi escolhida e hoje guardo com alegria esses momentos especiais. Encerro com os versos escritos naquele dia, inspirados nos diálogos entre Neo e Morpheus do filme Matrix.
É algo que sentiu toda a sua vida,
Muito embora impossível descrever,
Atravessa sua mente cada dia
Que para alguns segundos só pra ver
Quão natural é o mundo; acredita
Mais naquilo que poucos podem crer:
Matrização de mentes torpecidas
Num mercado de escravos, baterias.
0 Comments