Deus eterno,
Todos os meus dias são curtos
E a vida lançada ao solo é efêmera.
Sou carente dos Seus cuidados,
Pois És Aquele que semeia
E faz brotar a terra.
Rebento e logo me revolto.
Minhas raízes não são tão profundas,
Meus galhos fracos se dobram com o vento,
Minha soberba suplantou as aleluias
E desprezei os Seus caminhos.
Cresço mais em vaidade,
Distancio-me na escuridão
Às sombras do abismo da morte
Minhas folhas crescem sobre o chão imundo
Tateando inutilmente a luz do sol.
De ego ferido
Amargo com meu rosto em terra.
Experimento à força a cura do orgulho,
Pressinto a morte consumir os dias
E a vida decompor minha existência em lodo.
Mas o Bondoso Jardineiro do Jardim,
Conhecedor dos Céus e do mais profundo abismo,
Me alcançou em Sua misericórdia.
E na morte transplantou minha vida
Em seus canteiros de renovo.
0 Comments